quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

estás a ver a nostalgia ? ainda é mais à frente.


Brincamos em universos paralelos com fome de uma realidade que nunca advém. Rastejamos por entre arame farpado , subimos falsas montanhas para colocar bandeiras em falsos objectivos. É ignóbil o facto de nos apercebermos destes tristes factos , mas a comodidade é mais forte que nos faz cair num imaculado descanso.
' Amanhã faço isso, hoje não ' , ' Um milagre vai acontecer ' ... seus vassalos do vosso próprio antro, não acreditem no destino, porque este não existe. Quem faz isto e aquilo, não é alguém superior à vossa vontade.
Dizem-se os maiores do vosso planetazinho, e reis sem castelo ... mas são dominados por signos de revista que vos ditam o futuro.
O Mundo, como vocês o vêm, e como vocês o criticam tão esporadicamente, não mudará com pessoas com o medo do tudo, do nada , do quase nada , e do vazio de haver tudo por fazer .

domingo, 31 de outubro de 2010

nanosegundo.


' está frióte ' ,
' está mais frio hoje , n'está ? ' ,
' não devia ter trazido o guarda-chuva , mas os burros do tempo disseram que vinha a chover ' ,
' olátudobem ' ,
' o Sócrates é o diabo ' ,
' no futebol é tudo uma data de mafiosos ' ,
' atããão , 5 aérios são 1000 escudos , né verdade ? '

aleatoriedade , rotatividade , e consequente repetição.

A sociedade portuguesa está dizimada e perto do inexistente. Gostamos de repetir o que nos soa melhor , adoramos ter constantes conversas de cafés , e adoramos nostalgias de fraca qualidade.
Mas o mais abrupto , é o aspirar por uma mudança que nunca vai mudar . É somente frásica e de semântica está cheia.
Habituámo-nos a este viciante caos que nos ladeia , nunca podemos estar bem ... porque seja o hábito mau ou bom , nós somos obtusos o sufiente para nos incorporar nele.
' Como diz o outro ' , que geralmente sou eu , pensamos que temos debates com o Super-homem , mas não passamos das discussões caninas .

nostalgia hardcore.


É uma beleza tão brilhante que chega a alcançar a incandescência , são promessas a voar na maior nortada . Somos tão cegos ... ou melhor , gostamos de ser cegos e admirar o escuro que pensamos colorido à nossa frente. Somos os maiores criminosos da palavra , pois as proferimos como se fossem a maior das diversões.

É triste ... é muito triste , olhares para as palavras que gritaste bem alto e que consideraste os melhores momentos da tua Vida , serem agora mini lixo num enorme contentor abandonado.

meu amor ? amor da minha Vida ? meu bem ? passo a citar , foda-se , usemos estas palavras não com a certeza absoluta , mas com a força necessária para as manter .

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

revistas destino arbitrio .


Falam em destino , num caminho que temos de percorrer até encontrar o sentido da vida . Mas não há nada pior que eloquência gasta.
Mas o mais catastrófico , é a nossa vida ser telecomandada por uma revista de um euro , com duas páginas de signos que te dizem o que vai acontecer num futuro próximo. Não desdenho crenças , mas ponho em causa o nosso livre arbítrio e o nosso querer. Vivemos numa magia sem encanto , mas que persistimos em nos habituar. Gostamos da ilusão do esperado , e das surpresa já sabidas e tudo isto é trocado pelas emoções que nos fazem ser .
A vida não é um rio , é o teu rio ... da-lhe o nome que quiseres.

não haja displicência no uso da palavra ' Amo-te ' .


É triste ver como a palavra 'amor' e 'amo-te' se tornou um vicio incontrolável. Já não é uma palavra forte , já não faz arrepiar ou chorar de alegria e êxtase. Esta palavra surge , por vezes , como um desesperado pedido desculpas , um pequeno toque de maquiagem para completar uma frase pseudo romântica. Este vicio não é um problema de menor , é um erro grave de semântica e de sentimento ... e em nada fica atrás das tragédias naturais de que o Mundo padece . Esta palavra dita em vão pode matar, pode fazer sofrer e é a causa de um derrame incontrolável de lágrimas.
Haja sentimento em cada vírgula , mas sobretudo , não haja displicência no uso da palavra ' Amo-te '.

Era bom o passado ser o presente de agora , e o futuro ser constituido pelas alegrias do antigamente.
Lembras-te , meu amor ? Cada vez que eu enchia o peito e a ansiedade me atormentava , tu sabias o que eu ia proferir ... aquela palavra , aquele nosso mutuo acordo , aquele ' Amo-te ' que era prendado com um beijo e um abraço.

a prostituição do pragmatismo .


Trabalhas para um continuo pragmatismo mental e fisico, e em nenhum momento demonstras a capacidade para te despedires. Não sais da rotina habituada , não desamarras o colete que só está preso por um mínimo alfinete ... o que esperas ? o que temes ? Solta o monstro saudável do teu inconsciente , e grita ... não aos 7 ventos , não aos 4 cantos do Mundo , mas ao teu coração.
Chega de melodias treinadas , chega de repetições de acções ... chega com o existir de uma constante e nenhuma variável .

Se te dizes livre , faz por isso ...

sábado, 14 de agosto de 2010

existir num espaço novo.


Não é falta de inteligência, não é falta de reconhecimento de sentimento , é sim falta de incoerência de pensamentos que dão origens a graves erros, que tornam a vida um poço interminável de pensamento indesejáveis e noites escuras em claro. De erros podia utilizar dezenas de frases tipo , e clichés que embelezavam este texto, mas os pensamentos que atormentam são suficientes para abater quaisquer maquilhagens.
Um dia, onde o sol de final de tarde me esbater no rosto, e pensamentos já não estiverem presentes, gritarei ao meu inconsciente que eu e ele ganhamos, não ao bem, não ao mal, nem ao diabo ... mas sim ao cancro mais insaciável, o Amor.

sábado, 24 de julho de 2010

Love is our resistance.


Olhas para o presente recheado de agoras e indicativos , e vês-te cercado pelas ironias da tua Vida. O passado custa a queimar, e o futuro é um trabalho árduo para construir.
E no final do dia , deitado na tua cama coberto de cobertores para te esconderem da realidade , chegas à conclusão que a (tua) vida é um suspiro.

Dificil encontrar título/imagem.


Nadando contra um oceano que se parece com mil diamantes , correndo contra o vento de Norte que parecem brisas cortantes .

So nice to know you.


Por muito que as tuas canções apareçam depois da minha partida, a tua musica estará sempre na cidade onde não mais regressei e aonde repetidamente penso em voltar. É a atmosfera de cada compasso, da voz, do acorde que vem a seguir a outro acorde, o Outono e as folhas que caem, os rios que correm, a noite que arrefece as ruas e aquece o interior dos cafés. A tua musica é o meu regresso, a tua voz é uma cidade que é minha.

Serás mesmo ?


Depois da electricidade da melodia improvisada, depois da correria frenética pelos tons desordenados, pelo sol maior de sétima, seguido do dó sustenido menor, dedicamo-nos ao silêncio atlântico da longínqua travessia de um barco banhado pela luz da lua. Ali ficamos, imóveis, com todas as canções do mundo a navegarem na nossa cabeça. Pensamos na distância que nos atira para longe das cidades que mal conhecemos, na combustão do tempo em que as palavras podiam deixar de ter sentido.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sociedade ?


Pensam em mudança , aspiram por coisas novas , mas nada vem, excepto a força do querer. A força só não chega , pois está mais que cheia de impulso . Esses impulsos que maioritariamente constituídos por a vontade de começar ou querer , acabam sempre por não conseguir , chamam-se raciocínios bipolar da geração humana .
Quem os tem ? Meu Deus , cada cérebro humano está recheado de pirataria mental , juntamente corroída com a fraca eloquência que possuem , nada é mais que um corpo, um organismo que permite fazer e dar conta de actos feitos , refeitos , mas sem significado .
As pessoas costumam pensar no passado trespassado das suas vidas , têm o hábito de chorar por pessoas que já lá foram , tem como tradição querer o que nunca conseguirão , respiram ganância , e ocupam as suas cabeças fúteis com capas medíocres de revista . Pessoas ou lá o que são, vivam as suas vidas , saiam dos seus buracos , e respirem pela primeira vez o ar da vida , pois esse é dado a alguns , não a comuns .
Façam parte de uma estrutura imparcial que vai ser inaugurada pela primeira vez , a sociedade.

Fotografia.


Os olhos quebram-se no fim da imagem, do rectângulo de espaço que o tempo encarcerou. Existe uma vida gelada em cada fotografia. Um fóssil. Uma história e uma memória. Cada imagem é uma pausa que nos remete para um antes e um depois. Não interessa se reais ou imaginados. À captura silenciosa segue-se o barulho do rebentar da onda, segue-se a passagem veloz do comboio. Antecede-se o crispar do vento nas costas da água, antecede-se o apito ensurdecedor da aproximação. À captura silenciosa sucede a consumação do afecto e precede a palavra dita em surdina ou o olhar fixado num corpo. A fotografia é a liberdade da construção de um tempo que é nosso, e, paradoxalmente, o aprisionamento de um fragmento de tempo que passou. A fotografia é um regresso a um passado onde se não volta mais.