sábado, 2 de julho de 2011

dó nut.

Gritei um riso que se aproxima do maléfico neste escuro que me rodeia . Muitos ecos ecoam em salas que desconheço , e , por muito que as tente conhecer que nem um turista de Nikon ao pescoço , tudo parece ignóbil para mim.
Nós, humanos , trabalhamos o humanismo da forma mais anti humana.
Não conseguimos estar bem , mesmo que o Mundo nos dê todas as estrelas com as melhores constelações.
Se queremos a Lua , e tivermos a Lua , não ficaremos felizes , porque a Lua não irá fazer feliz ninguém , porque ninguém precisa da Lua , mas temos que ter a Lua , porque , é a Lua.
Queremos sempre algo , ansiamos sempre por algo , mesmo que tenhamos o que sempre que desejamos . Muitos que gostam de não saber a verdade , adjectivam tal demência como ganância , eu , ainda mais demente que eles , considero forma de (não) viver .
Somos os maiores adeptos do caos e do sofrimento , e ninguém nos pode deixar bem.

Mudança ? Não há remédio que acabe com a estagnação da loucura.

domingo, 22 de maio de 2011

são 1h20 da madrugada de 22 de Maio de 2011.

Não há música que me valha . Não há texto que me aguente . Não há filme que me inspire.
Não há paisagem que me apaixone . Não há saudade que me desperte.
Não há.
Contudo sou imune à capacidade de perceber como é que os livros intitulados de " O sentido da Vida " , funcionam.
Todos os seus métodos e maneirismos , chegam a ser aplicados ?
Uma mãe que perca um filho , vai à página número trinta e oito e sente-se melhor ?
Um amor perdido é resolvido com o parágrafo dois ?
Os livros ajudam a libertar a alma , não a criar alma nova.

uma palavra para os inconsequentes 'alquimistas' da Vida ,

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Diogo , sente .


Desliguei (d)as horas , parei todos os relógios dos quais estou rodeado e ... estagnei. Pela primeira vez , existiu silêncio aqui em mim. Penso que poucos têm a coragem de ficar por momentos sem orientação , de ficar a cambalear no escuro sem medo de dar uma queda , sem medo do que possa estar à nossa frente.
Eu quero sentir a mistura intensa do sabor do silêncio , sem alarmes de suposição.

Nestes quatro minutos tive o privilégio de me sentir , e cheguei à imaculada conclusão que nós somos cativos das nossas próprias identidades , pois vivemos em prisões criadas por nós.

Estou em escuro , e não tenho a mínima vontade de pagar a conta da luz.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

(c)alma.


é engraçado como quando pensamos no futuro , e instantaneamente queiramos e desejamos que ele chegue rápido , como se dele necessitássemos para respirar e passar por aqueles 5 segundos nos quais sonhamos.
na verdade , agoniamos de tal forma que tornamos esse sonho ou plano , em algo mórbido , algo que toca a obsessão , e , a magia do inesperado , tende a desmaiar sem possibilidade para primeiros socorros.
muita música se faz sobre ter calma e fazer tudo sem o tal stress que muito se fala nas conversas de café , mas é raro o ser que pára , conta até ao número que bem lhe apetecer , e (re)agir.
Conclusão ? a música não resulta , por muito que tenha estrofes cativantes e que fiquem no ouvido.

A calma adquire-se com calma , e não com pressa de a ter.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

eu , pensei .


Pensei em escrever sobre Política , mas isso remetia-me para a moda , não de Milão , mas a moda da doce e repetitiva decadência do povo.
Pensei em escrever sobre as greves da CP à hora de almoço , mas isso fazia-me pensar nos almoços em grupo dos revisores , e isso , repugnava-me.
Pensei em escrever de forma agoniante a minha louca vontade de ir passar umas férias ao tenro país Quirguistão .
Pensei em escrever sobre o sentido louco de oportunismo das pessoas, mas isso fazia-me vaguear pelo facto de estar só um mero dia de sol e já ver mulheres quase sem roupa.
Pensei em escrever sobre o quão ridícula está a ser esta nota , mas para isso , tinha de parar com a ridicularidade e esta frase já não faria sentido.

Pensei em descrever o meu escrever , mas não sou demente o suficiente para me perceber a mim mesmo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

desporto ?


Isqueiros já não servem para acender cigarros , bolas de golfe já não servem para este mesmo desporto , e as pedras já nem sequer são deixadas em paz.
A par das crises Mundiais que tanto se tende a falar, há uma crise a nascer , provocadas por nós. Nos dois últimos encontros entre Porto e Benfica , o autocarro destes últimos foram apedrejados , causando graves danos ao veículo e potenciando o risco de morte ou ferimento a algum jogador. Porquê disto ? Para além das intermináveis questões sobre a vida , esta pergunta não fica atrás.
O clubismo está prestes a ficar na moda no séc.XXI e XXII - isto se sobrevivermos até lá. Pessoas tresloucadas e recheadas por constantes diarreias mentais, atiram pedras a pessoas, correndo o risco de as matar. Várias tentativas de homicídio em cadeia, mas , na sociedade fica bem dizer ' Ah , os benfiquistas quando vieram cá vão levar tantooo '. Os jogadores não nos arruínam a Vida , não nos roubam dinheiro , apesar de receberem o quadruplo de muitos nós. Os jogadores não devem aguentar a ira infundada de pessoas que adoram o bem estar do desemprego.
Não apelo à violência , sou contra ela , e contra qualquer tipo de coercibilidade , mas ... José Sócrates , que tanto criticado é , está no poder que nos arruína , porque nós , votámos nele , e não vejo , nem ninguém vê , o primeiro-ministro a ser apedrejado ou confrontado com o risco de vida.


Jogadores de futebol e Primeiro-Ministro ... duas constantes , o dinheiro e ambos são humanos.
Jogadores de futebol e Primeiro-Ministro ... uma diferença , os futebolistas não nos roubam.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

haiti chile tunísia brasil egipto


Não acredito em deus , nem em qualquer tipo de destino ou força divina de grande magnitude.
A informação necessita de uma terapia tântrica. Se repararem , o que é notícia de primeira página hoje , amanhã é fundo de página , na última página.
Haiti , Chile , Tunísia , Brasil , e agora Egipto. É natal todos os dias para os jornais, estes tristes países serem alvos de crises com magnitude imensa. Hoje li no jornal que o Egipto era , por fim , livre . Sorri e interroguei-me , " Livre ? está bem ... mas e agora ? " . O povo lutou . como é de louvar , mas devem interrogar-se agora qual o passo seguinte. O acto de heroísmo só é bom quando completo , e não só o "acto de acção". O que há uns tempos era destino preferido dos turistas , agora é alvo de medo , e conhecido pelo país dos " revoltados " e do pais "oh lá é guerra , não vamos para lá". Quem se dirige para o Egipto agora ?
Dizem sempre que para construir um futuro e até um presente ... é necessário haver um passado. Mas , qual raio é o nosso passado ? Cada um faz o passado à sua maneira . Uns dizem que somos extraterrestres , uns dizem que somos filhos de deus , uns dizem que somos irmãos de jesus , e outros dizem que não somos nada , e por fim , há quem diga que somos fruto da evolução dos primatas.
Com tanto passado , como pode ser o futuro e o presente coesos ?
As catástrofes nestes países , são simplesmente alvo de turismo jornalístico ... onde está deus e os macacos para consertar isto ?
Os mortos que as cheias no Brasil causaram ... onde está o irmão Jesus ?
Quem fazia companhia aos mineiros do Chile ... seria o pai Deus ?

Mundo , isto é o nosso Mundo ?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

idioma língua poeta


Ao lado de uma língua que nos faça ser Mundo, deve coexistir outra que nos faça sair do Mundo.
De um lado , um idioma que nos crie raiz e lugar.
Do outro , um idioma que nos faça ser asa e viagem.
Ao lado de uma língua que nos faça ser humanidade, deve existir uma que nos eleve à condição de divindade.


não sejas poeta de casa de banho.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

estás a ver a nostalgia ? ainda é mais à frente.


Brincamos em universos paralelos com fome de uma realidade que nunca advém. Rastejamos por entre arame farpado , subimos falsas montanhas para colocar bandeiras em falsos objectivos. É ignóbil o facto de nos apercebermos destes tristes factos , mas a comodidade é mais forte que nos faz cair num imaculado descanso.
' Amanhã faço isso, hoje não ' , ' Um milagre vai acontecer ' ... seus vassalos do vosso próprio antro, não acreditem no destino, porque este não existe. Quem faz isto e aquilo, não é alguém superior à vossa vontade.
Dizem-se os maiores do vosso planetazinho, e reis sem castelo ... mas são dominados por signos de revista que vos ditam o futuro.
O Mundo, como vocês o vêm, e como vocês o criticam tão esporadicamente, não mudará com pessoas com o medo do tudo, do nada , do quase nada , e do vazio de haver tudo por fazer .

domingo, 31 de outubro de 2010

nanosegundo.


' está frióte ' ,
' está mais frio hoje , n'está ? ' ,
' não devia ter trazido o guarda-chuva , mas os burros do tempo disseram que vinha a chover ' ,
' olátudobem ' ,
' o Sócrates é o diabo ' ,
' no futebol é tudo uma data de mafiosos ' ,
' atããão , 5 aérios são 1000 escudos , né verdade ? '

aleatoriedade , rotatividade , e consequente repetição.

A sociedade portuguesa está dizimada e perto do inexistente. Gostamos de repetir o que nos soa melhor , adoramos ter constantes conversas de cafés , e adoramos nostalgias de fraca qualidade.
Mas o mais abrupto , é o aspirar por uma mudança que nunca vai mudar . É somente frásica e de semântica está cheia.
Habituámo-nos a este viciante caos que nos ladeia , nunca podemos estar bem ... porque seja o hábito mau ou bom , nós somos obtusos o sufiente para nos incorporar nele.
' Como diz o outro ' , que geralmente sou eu , pensamos que temos debates com o Super-homem , mas não passamos das discussões caninas .